‘UFSC contra o Aedes’ leva conscientização a diversos setores

28/11/2017 18:29

Com o objetivo de desenvolver ações de conscientização à comunidade universitária no combate à dengue, zika vírus e chikungunya, todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a campanha “UFSC contra o Aedes” iniciou com uma intervenção que mobilizou o campus Florianópolis, no bairro Trindade. A manhã de 23 de novembro foi atípica: com cerca de 1,8 metro de altura, um mosquito foi visto percorrendo três centros de ensino, a Reitoria e até o Restaurante Universitário (RU).

A campanha que animou o campus, no entanto, possuía muito mais do que alguém fantasiado do famigerado mosquito. A iniciativa da Coordenadoria de Gestão Ambiental (CGA) da UFSC visa ao combate às doenças associadas ao Aedes aegypti como transmissor. As ações desse dia marcam tanto o início da campanha quanto a retomada dos trabalhos da Comissão de Combate à Dengue. A data escolhida é estratégica por se tratar do princípio da época de maior risco de contágio, entre novembro e maio.

Aumento de casos e ações preventivas

Nos últimos anos a dengue assolou o país, com cerca de um milhão e meio de casos. Em Santa Catarina os registros também aumentaram significativamente. De 2016 a 2017, por exemplo, houve um acréscimo de quase 33% de casos de dengue, com registros oficiais de mais de oito mil focos em todo o estado.

O sinal de alerta emitido pelos dados se agrava quando se leva em consideração que a mais efetiva forma de combate é a coletiva e consciente ação de impedir a reprodução da espécie. Como identificar possíveis locais onde os mosquitos depositam seus ovos é, portanto, fundamental. Mesmo assim, casos podem ocorrer. E saber o que fazer diante de suspeita de contágio, onde buscar auxílio e que medicamentos ingerir, por exemplo, são medidas que podem ser vitais.

As ações preventivas e de cuidado são, desse modo, necessárias  de conhecimento, especialmente por se tratar de uma série de ações que afeta a todos, ou seja, não basta saber aplicar esses conhecimentos, se não forem hábitos de todos, ninguém está seguro. E é essa a preocupação que motiva a iniciativa da campanha “UFSC contra o Aedes”.

Sala de aula no CTC. Foto: CGA/UFSC

A intervenção na UFSC

Desde às 8h20, a equipe da CGA visitou salas de aula, setores administrativos e a entrada do RU, no horário do almoço. Com um membro da equipe fantasiado de mosquito, a equipe conversou com a comunidade universitária e orientou sobre o que fazer com os possíveis focos e como agir em casos de suspeita.

De forma lúdica, a equipe, munida de placas bem-humoradas, fotografou a comunidade universitária com o mosquito. Nas passagens em sala, o grupo ainda realizou, de forma animada e após introdutórias orientações, pequenos jogos de perguntas e respostas.

Na fila do RU, sem a possibilidade de orientação sistemática, o caráter divertido da intervenção ficou ainda mais explícito. As fotografias com a equipe, especialmente com o mosquito, foram muitas, o que permitiu a divulgação da #UFSCcontraoaedes.

Entrada do RU. Foto: CGA/UFSC

À tarde a equipe iniciou suas intervenções na assembleia dos TAEs, no auditório da Reitoria. A receptividade dos participantes não destoou a das passagens anteriores, sendo novamente muito positiva. Questionados, alguns membros da comunidade universitária manifestaram seu apreço pela campanha. César Augusto, estudante de Engenharia Elétrica, afirmou que a campanha “é muito legal, porque fala de um assunto muito importante de uma forma bacana e divertida. A gente vai voltar para a nossa cidade mais informado”.

Carolina Fernandes, arquiteta da CGA e uma das idealizadoras do projeto, avaliou a atividade como positiva. Para ela, os estudantes foram receptivos e se divertiram e alguns vieram espontaneamente fotografar com o mosquito. “Esperamos receber mais denúncias [de possíveis focos]. Está dando certo”.

O projeto

A CGA, responsável por outras campanhas de impacto, como a de redução de uso de copos descartáveis, planejou a intervenção de combate ao Aedes a partir da necessidade de prevenção às doenças passíveis de transmissão pelo mosquito. Ainda que o mosquito, em si, não transmita as doenças, caracterizando-se enquanto agente transmissor se picar alguém contagiado.

Mosquito visita o Gabinete da Reitoria. Foto: CGA/UFSC

Segundo Carolina Fernandes, “a universidade tem potencial para de proliferação de focos, com muitos locais com possível acúmulo de água parada e circulação de cerca de 50 mil pessoas”. Dessas, muitas são estudantes residentes em outros locais do país, ao que as ações de combate e conscientização são relevantes, a própria universidade pode conter muitos focos, uma vez que basta uma pequena quantidade de água parada, limpa ou suja, para que sejam depositados os ovos.

Allisson Castro, biólogo da CGA e também responsável pela ação, apontou que a campanha não somente apresenta as informações gerais necessárias ao cuidado com o mosquito, como horários de maior possibilidade de picadas do Aedes, mas também dissemina na comunidade a atenção aos possíveis focos. Dessa forma, cada membro da comunidade universitária pode ficar atento aos locais e informar a Comissão responsável pelas medidas necessárias.

A Comissão de Combate à Dengue

Nas passagens pelo campus Florianópolis, a equipe da CGA – composta ainda pela administradora Gabriela Zampieri e pelos estagiários Carolina Poluceno (Ciências Biológicas), Vitor Hugo Amorim (Engenharia Sanitária e Ambiental), Flávia Bittencourt (Engenharia Sanitária e Ambiental) e Gabriel Eduardo (Administração), – orientou a comunidade universitária a informar sobre possíveis focos à Comissão pelos canais:

E-mail evitedengue@contato.ufsc.br

Facebook “gestão ambiental UFSC”

Telefone (48) 3721-6104

Foto: CGA/UFSC

A Comissão de Combate à Dengue foi criada em 2015 e será reativada em dezembro de 2017. Com representantes de diversos Centros de Ensino, além da Prefeitura Universitária, da Agecom e da CGA, a Comissão encaminhará as denúncias para análise, de forma a obter dados que permitam o planejamento de ações de prevenção e de combate cada vez mais efetivos.

Segundo Allisson Castro, “entre 2015 e 2016 foram 50 denúncias, em pneus e calhas, mas a maioria indica locais não acessíveis à comunidade. Um dos focos foi confirmado”. Com a campanha, no entanto, as denúncias devem aumentar, ao que o trabalho da Comissão deve se intensificar.

Cobertura e informações

A campanha “UFSC contra o Aedes” está apenas começando. Para esta ação, a CGA contou com o apoio  do Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura Municipal de Florianópolis, que forneceu panfletos e a fantasia de Aedes, além do apoio da Agecom na confecção das placas.

Em breve o campus deve ser tomado por cartazes e, para o início do primeiro semestre de 2018, haverá novas intervenções e materiais informativos como minidoors e uma grande empena no Centro de Cultura e Eventos. Espera-se também uma outra atividade de impacto, cujo conteúdo somente será tornado público na cobertura ao evento, no princípio do próximo semestre. Antes dele, no entanto, a #UFSCcontraoedes pode ser inserida nas redes sociais e as denúncias e dúvidas encaminhadas aos canais citados.

Gabriel Martins/Agecom/UFSC