Agecom 25 anos: O segundo quinquênio (1998 a 2002)

13/06/2017 13:23

A história recente da Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se confunde com a história da própria Universidade. Comemorando 25 anos em 2017, a Agecom faz uma retrospectiva de grandes reportagens e grandes momentos retratados pelos profissionais que passaram pela Agência.

No segundo quinquênio de trabalho, entre os anos de 1998 e 2002, vimos muitas manchetes que se repetem atualmente. Momentos políticos diferentes, porém crises econômicas e questionamentos similares sobre o futuro do ensino superior público. Reflexos no cotidiano dos trabalhadores da UFSC, na disponibilidade de bolsas para pesquisadores, na capacidade da própria Universidade crescer.

Em março de 1998, o ano letivo começava com incertezas. O governo federal havia antecipado um grande corte de bolsas. “No âmbito do CNPq, das 308 bolsas novas de doutorado solicitadas para 98, só foram concedidas sete. As renovações também sofreram redução, passando de 123 a 117”, escrevia a jornalista Raquel Moysés, no Jornal Universitário (JU). “O Programa Especial de Treinamento, voltado para a formação de alunos líderes nas diversas profissões, e um sucesso na UFSC, que possui 14 PETs, perdeu 50% das bolsas e das taxas repassadas para compra de material e equipamentos”, acrescenta a matéria.

A mesma edição do jornal inaugurava um novo projeto gráfico e anunciava o novíssimo site da Universidade: www.ufsc.br. No mesmo ano, uma greve de mais de cem dias paralisou o jornal, que ficou sem publicações entre abril e julho.

Projetos de regulamentação da autonomia universitária de autoria do MEC,
Andifes e outras entidades foram debatidos em 1999. (Foto: Jones Bastos/Acervo Agecom)

O financiamento das instituições públicas de ensino superior esteve em pauta também em 1999, quando o então reitor Rodolfo Joaquim Pinto da Luz era também presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Propostas acerca da autonomia universitária de autoria do Ministério da Educação (MEC), da Andifes e das entidades sindicais eram debatidas pelo campus e nas publicações da Agecom.

No ensino, foi anunciado, em março de 1998, o primeiro curso de especialização via internet oferecido por uma universidade brasileira, promovido pelo Laboratório de Ensino a Distância (LED) da UFSC, numa parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Primeiro laboratório de computação da UFSC, em 1998. (Foto: Jones Bastos/Acervo Agecom)

No mesmo ano, a Universidade inaugurava seu primeiro laboratório de computação, o Laboratório de Informática para Apoio da Graduação (LabGrad), que posteriormente ficou conhecido como LabUFSC e atualmente é batizado de Coordenadoria de Inclusão Digital (Coid). Na época com 98 máquinas conectadas à internet, o espaço levava a jornalista da Agecom, Ana Carine Montero, a levantar o questionamento, na matéria, acerca das mudanças que a informatização causaria no ensino. Em 1999, outra edição do JU mostrou que já eram 120 computadores, e, de acordo com pesquisa de satisfação do próprio laboratório, mais de 80% dos usuários aprovavam a estrutura. Ao longo dos anos, o laboratório foi sendo ampliado, inclusive no seu funcionamento, passando a abrir também aos domingos.

Novo prédio da Engenharia Civil, inaugurado em 1999. (Foto: Paulo Noronha/Acervo Agecom)

Outras inaugurações também modernizaram e trouxeram a comunidade para dentro do campus da UFSC: em março de 1998, o Fórum Distrital do Norte da Ilha abriu as portas para atendimento ao público antes mesmo do fim das obras; em setembro de 1999 foi inaugurada a piscina coberta e aquecida do Centro de Desportos (CDS), além de um novo prédio para o curso de Engenharia Civil, que foi destruído após um incêndio, em 1996.

A posição de notoriedade na ciência foi mantida nesses cinco anos, com o Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário selecionado pelo Ministério da Saúde para analisar 28 mil amostras de sangue, em julho de 1998 na luta contra a Aids. Em troca do trabalho de pelo menos 50 pessoas entre professores, técnicos e estudantes, o laboratório recebeu equipamentos e materiais. Em 1999, o prêmio Jovem Cientista, do CNPq, foi entregue ao então aluno de mestrado da UFSC, Felipe Matarazzo Suplicy, do programa de pós-graduação em Aquicultura, por sua pesquisa com mexilhões.

Primeira Sepex – Clique para ampliar

A UFSC estava prestes a completar 40 anos de fundação quando realizou a primeira edição da Sepex, em novembro de 2000, com cerca de 700 trabalhos de 91 grupos. Pela primeira vez, a UFSC apresentou suas atividades de ensino, pesquisa e extensão em um só evento, assim descrito pelo Jornal Universitário: “O folclore ao lado da ciência e tecnologia. As inovações do ensino superior e a preocupação com a melhoria do ensino infantil. Projetos que analisam temas como a resistência aos produtos transgênicos. a importância dos insetos na biodiversidade e o potencial de edifícios solares para geração de energia, ao lado de outros que trabalham com esportes adaptados como o basquetebol em cadeira de rodas. Foi assim. Diversidade e integração caracterizaram a I Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (I Sepex) da UFSC, encontro que pela primeira vez apresentou a universidade em suas três principais áreas de atuação.”

UFSC no circuito do tênis internacional – Clique para ampliar

O esporte também teve espaço na Universidade, com a realização da Copa Davis, em 2000. Uma arena foi montada no Centro de Desportos (CDS) e a comunidade assistiu Gustavo Kuerten e jogadores brasileiros e estrangeiros trazer o tênis mundial ao campus da UFSC.

A comunicação avançou, com a comemoração, ao final de 1998, dos dez anos de implantação da Política de Comunicação, com direito a capa no JU e matéria do então diretor da Agecom, jornalista Moacir Loth. Em fevereiro de 1999, o jornal anunciava a criação da UFSC TV, no canal 15 da NET.

A Universidade prestou suas homenagens a grandes personalidades nacionais e internacionais, principalmente, em 1999, com a concessão dos títulos de Doutor Honoris Causa a José Saramago e Oscar Niemeyer. O arquiteto de Brasília recebeu a honraria no Rio de Janeiro, e a solenidade foi transmitida ao vivo para Florianópolis pela UFSC TV e TV Cultura.

Morte de João David Ferreira Lima – Clique para ampliar

O escritor português José Saramago esteve pessoalmente na UFSC, onde recebeu o título com a promessa: “‘Procurarei não desmerecer jamais do vosso bom juízo, graças ao qual se me abriram as portas desta casa, que a partir de agora considerarei também minha”.

Em abril de 2002 o destaque ficou com Salim Miguel, que acabara de ter aprovada, no Conselho Universitário, a concessão a ele do título Doutor Honoris Causa. Aos 78 anos, Salim falou à jornalista da Agecom Elaine Tavares, sobre assuntos da atualidade e sua vida cotidiana, além da carreira.  

Outra importante homenagem foi prestada, em junho de 2001, a João David Ferreira Lima, um dos fundadores e primeiro reitor da UFSC, à frente da Universidade por 10 anos. O JU veiculou matéria do jornalista Paulo Fernando Liedtke. Ferreira Lima faleceu em 2 de maio do mesmo ano, aos 90 anos de idade.

 

 

 

 

 

Mayra Cajueiro Warren/Jornalista da Agecom/UFSC